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Você já deve ter ouvido por aí a respeito da qualidade do café arábica, não é mesmo? Em todo o mundo, existem duas espécies de café que podem ser consumidas, o arábica e o robusta, e ele é conhecido por ser de um padrão superior e, por isso, é o preferido dos amantes da bebida.

O que muita gente não sabe é que um café 100% arábica não é coisa de outro mundo. Inclusive, o Brasil é o país responsável pela maior parte da produção dessa iguaria tão apreciada. Além de ser delicioso, ele tem propriedades que fazem bem a nossa saúde.

Neste artigo, apresentamos tudo o que você precisa saber sobre o café arábica. Que tal aproveitar a oportunidade para desbravar mais um pouquinho do universo cafeeiro? Então, pegue a sua xícara de café e continue a leitura!

Clique para acessar a loja virtual do Moka Clube.História do café arábica

Contents

O próprio nome do café arábica já remonta à sua origem. Existem muitas lendas sobre como o café foi descoberto, mas a mais difundida delas conta a história do pastor Kaldi, que vivia na Absínia, região que hoje conhecemos como Etiópia. Isso teria acontecido há mais de mil anos.

Enquanto pastorava, Kaldi percebeu que algumas ovelhas ficavam mais agitadas e enérgicas após se alimentarem das frutinhas de um arbusto rasteiro típico da região. Com a ajuda dessas frutas misteriosas de cor amarelo-avermelhada, ele conseguia guiar o rebanho por vários e vários quilômetros, facilitando o seu trabalho. O pastor contou sobre a descoberta para um monge da região, que decidiu explorar mais a fundo as suas propriedades.

Foi esse monge quem começou a consumir o café como uma bebida de infusão e comprovou as suas características estimulantes ao conseguir ficar acordado durantes as várias horas de meditação e oração. Foi no Iemen, na Península Árabe, que foram encontrados os primeiros registros de cultivo de café, dentro de alguns monastérios islâmicos.

Disseminação pelo mundo

Foi na Arábia que o café ganhou fama mundial por suas propriedades e foi nomeado com a palavra árabe qahwa, que significa vinho e tem uma sonoridade parecida com café. Ao chegar na Europa, no século XIV, a bebida era conhecida como “vinho da Arábica” — daí o nome, café arábica.

Pilhas enormes de sacas de café com homem na frente delas.

O café Arábica é, hoje, um dos grãos mais comercializados no mundo todo.

Mas essa disseminação não foi nada fácil. Até o século XVII, apenas os árabes detinham a produção do café. Isto porque a bebida tomou grande importância para a cultura e seus grãos eram protegidos a sete chaves. Foi somente no final do século que exploradores holandeses conseguiram algumas mudas da planta e descobriram como cultivá-la em estufas.

Da Holanda, os pés de café seguiram para a França e Espanha e, a partir daí, para colônias africanas e americanas. Na América Latina, primeiro chegou nas colônias de Suriname, São Domingos (hoje República Dominicana), Cuba, Porto Rico e Guianas. Foi só pelos idos de 1720 que o café arábica chegou ao Brasil, trazido pelas mãos do sargento-mor do Pará, Francisco de Melo Palheta, que trouxe clandestinamente um punhado de sementes e mudas originárias na Guiana Francesa.

Café Arábica no Brasil

As primeiras mudas floresceram bem no Pará, terra do oficial, mas não foram por lá as primeiras plantações do fruto. No final do século XVIII, o cultivo do café prosperou nas terras do Rio de Janeiro, colocando o Brasil no mapa das exportações de café arábica.

De lá, a produção seguiu firme para São Paulo e, posteriormente, Minas Gerais, estado que hoje exporta mais café do que qualquer outro país, consolidando o nome brasileiro no mercado cafeeiro. O cultivo de café arábica no Brasil também se espalhou para os estados do Maranhão, Bahia e Paraná, entre outros.

Depois de toda essa jornada história, o café arábica chega às nossas mesas — e xícaras — como o café mais consumido do mundo. O último relatório da Embrapa aponta que dentre uma produção mundial de 167,47 milhões de sacas de café ao ano, cerca de 62% desse volume é ocupado pelo tipo arábica. E o consumo segue em plena expansão, já que no começo de 2019, a procura pela bebida foi cerca de 2,5% maior do que no ano anterior.

Diferença entre café arábica e café robusta

Mas por que o café arábica é o preferido dos amantes da bebida? Bom, ele é de uma qualidade inegável quando comparado ao robusta (ou Conilon), a outra espécie de café que é consumida no mundo. Como são duas espécies diferentes, é natural que as suas características sejam completamente diferentes.

Sabor e aroma

O café arábica possui um sabor bem mais puro e suave do que seu primo robusta que, mesmo tendo um custo bem mais baixo, é menos procurado pelos consumidores. Enquanto o arábiac apresenta um sabor naturalmente mais adocicado e um pouco ácido, o robusta tem um amargor bem mais marcante.

Café arábica sendo preparado na Hario V60.

O sabor e o aroma do Arábica já se tornam aparentes na hora do preparo.

A mesma comparação segue para o aroma das duas bebidas. Enquanto o arábica pode apresentar notas que variam entre o cítrico, o floral e o caramelo, entre outros, o robusta traz um cheiro mais puxado para o queimado, que pode lembrar um pouco algumas nuances de especiarias.

Custo para o consumo

Por conta dessa diferenciação, todos os cafés especiais ou gourmets devem ser 100% arábica. Alguns produtores, em busca de amortizar o custo do café arábica ou de amenizar o sabor não tão agradável do robusta, trabalham com blends entre as duas espécies, o que corresponde a grande parte dos produtos comerciais vendidos no Brasil.

Enquanto o preço do quilo do robusta é de, em média, R$20, o valor da mesma quantidade do arábica gira em torno de R$50. Essa diferença de preço acontece, principalmente, porque o custo de produção do café arábica é bem mais alto. A espécie é mais sensível a pragas e intempéries, além de precisar obedecer à uma série de regras normativas para atender ao padrão de qualidade esperado.

Diferença entre café gourmet e especial

Café gourmet e café especial é tudo a mesma coisa? Nada disso. Os dois são os melhores cafés e precisam ser feitos a partir de grãos arábicas, mas não obedecem aos mesmos padrões. Entenda melhor logo abaixo.

Café gourmet

A categoria gourmet é normatizada pela Associação Brasileira da Indústria do Café dentro do Programa de Qualidade do Café (PQC). Essa classificação é feita coma diferenciação entre gourmet, superior e tradicional, em uma escala de zero a dez.

Para ser considerado gourmet, o produto deve receber uma pontuação igual ou superior a 7,3. A nota do nível superior deve ser entre 6 e 7,2 e a avaliação do café Tradicional é varia de 4,5 a 6.

Café especial

Já o título de café especial é concedido pela Specialty Coffee Association, por meio da Metodologia de Avaliação Sensorial. São avaliados os seguintes pontos:

  • fragrância/aroma;
  • uniformidade;
  • ausência de defeitos;
  • doçura;
  • sabor;
  • acidez;
  • corpo;
  • finalização;
  • harmonia;
  • conceito final.

Para ser considerado especial, a bebida deve receber uma pontuação acima de 80, em uma escala que vai de 0 a 100.

Como fazer café arábica

Existem vários métodos de preparo de café arábica. A variação pode ser no equipamento, na receita ou na técnica e os resultados podem variam bastante de acordo com o método escolhido.

Prensa Francesa

Uma das formas mais tradicionais de preparo de café, a prensa francesa funciona com impulso na pressão formada pela água com o uso de um êmbolo de metal. Esse método tem como resultado uma bebida forte, rica em óleos essenciais e em cafeína.

Coador de pano ou papel

Método mais querido dos brasileiros, o preparo de café com coador de pano ou café tem gostinho de tradição. A bebida produzida tem certa acidez acentuada e sabor marcante. No caso do material de tecido, é possível conseguir uma complexidade a mais pelos resíduos dos preparos anteriores que permanecem no coador.

Moka Italiana

Também muito comum no Brasil, a Moka Italiana é um método prático e rápido para o preparo de um café arábica caseiro. Ela produz um café denso e encorpado, mas é preciso tomar cuidado para não queimar o pó.

Quais são os diferenciais desse café

O café arábica é um café suave, e isso é resultado também dos seus diferenciais químicos. O índice da cafeína, por exemplo varia entre 0,8% e 1,4% (o robusta é de 1,7% a 4%) e o teor de açúcar flutua entre 6% e 9% (enquanto o do robusta vai de 3% a 7%). Outro ponto de grande diferença diz respeito aos óleos essenciais, que atingem de 15% a 17% das espécies arábicas e apenas 10% a 12% nas robustas.

Além de apresentar qualidade e sabores diferenciados, o café arábica também é rico de benefícios para a saúde de quem o bebe  — e não é só no estímulo de energia. Por receberem uma torra mais leve do que o café robusta, os grãos arábicos preservam melhor os antioxidantes da planta.

Essas substâncias previnem o envelhecimento precoce das células e o desenvolvimentos das células cancerígenas. A ingestão de cafeína ainda está ligada à questões psicossomáticas, como a redução do estresse, a melhora do humor e até mesmo o combate à depressão. Precisa de mais algum incentivo para preparar o próximo cafezinho do dia?

Quais são os diferentes tipos

A espécie arábica pode ser dividida em inúmeras variedades. Aqui, vamos apresentar algumas das suas mais famosas e comuns no Brasil. Veja quais são elas a seguir.

Café arábica Bourbon

O Bourbon é um dos tipos de café arábica mais importantes no Brasil. Ele ainda pode ser dividido entre o Bourbon Amarelo e o Bourbon Vermelho. Ambos grãos são conhecidos por proporcionar uma bebida de aroma marcante, sabor naturalmente adocicado e uma suave textura achocolatada.

É uma planta cujo cultivo requer bastante cuidado. Por isso, é importante que o solo e o clima estejam em condições ideias os processos de plantio, secagem e ensacamento obedeçam às normas de produção.

Café arábica Catuaí

A variedade Catuaí é outra que também pode ser sub dividida. O Catuaí Amarelo e o Catuaí vermelho são dois dos tipos de café arábica mais difundidos no Brasil.

Café arábica Mundo Novo

O grão Mundo Novo é responsável por boa parte dos cafés e blends especiais. Isso porque ele tem como resultado uma bebida notavelmente saborosa e de alta qualidade. A planta é muito sensível e precisa de cuidados delicados.

O Mundo Novo é cultivado, principalmente, em Minas Gerais e São Paulo e tem um alto valor de mercado, devido a sensibilidade do seu cultivo.

Café arábica Topázio

O café Topázio é resultante do cruzamento entre Mundo Novo e Catuaí Amarelo, o que dá a ele vantagens das duas variedades. É um café bastante saboroso, com nuances bem suaves e complexas e de finalização agradável Tem um aroma cítrico que faz com que ele seja perfeito para o preparo de drinks e cafés gelados — é o café do verão!

Café arábica Icatu

Outra variedade que pode ser subdividida entre os grãos Vermelho e Amarelo. O Icatu é um híbrido entre os grãos Robusta, Mundo Novo e Bourbon Vermelho, enquanto o Icatu Amarelo é uma mistura de Mundo Novo e Bourbom Amarelo.

O Icatu costuma apresentar aromas com notas cítricas e florais, além de um sabor que remete ao caramelo.

Café arábica Acaiá

Esse é um varietal raro do café arábica. Acaiá, que significa fruto de sementes grandes, em tupi-guarani, é um grão que proporciona uma bebida sofisticada, com um sabor diferenciado, com notas florais e de chocolate.

O Acaiá, também conhecido como Acaiá do Cerrado, é originário de mutações naturais do café Mundo Novo e herdou dele a sua altíssima qualidade.

São tantas as varietais que as possibilidades de blends, receitas e combinações são infinitas. Com muita versatilidade e de altíssima qualidade, não é atoa com o café arábica é o mais apreciado no mundo.

E agora, o que você está esperando para provar todas essas opções e se encantar ainda mais pelo universo do café? Para receber as nossas dicas de consumo e continuar aprendendo sobre o tema, não deixe de assinar a nossa newsletter!

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