Localizada entre o nordeste paulista e o sul de Minas, essa região é uma das mais tradicionais na produção de cafés arábica de qualidade. Altitudes que variam de 900 a 1.200 metros, clima estável, e um solo que parece ter sido feito sob medida para o café - tudo ali conspira para xícaras doces, encorpadas, elegantes. Mas tradição, sozinha, não basta. É preciso inovar, desafiar e celebrar. E é aí que entra o Concurso de Qualidade da Alta Mogiana.
Concurso de Qualidade do Café da Alta Mogiana
Organizado há 22 anos pela AMSC (Associação dos Produtores da Alta Mogiana), em parceria com a Cocapec, o concurso se tornou um dos mais respeitados do país. É uma vitrine e laboratório, onde os melhores microlotes da região disputam paladar a paladar os holofotes e os corações dos jurados. A edição de 2024 contou com mais de 350 produtores e um cuidado técnico de dar orgulho: duas etapas de avaliação, pontuação cega, categorias separadas por processo (natural, fermentado, mulheres) e um leilão final que reuniu torrefações, exportadoras e grandes nomes da cafeicultura.
E é aí que entra Hugo Rocco, nosso coffee hunter e curador aqui no Moka Clube. Hugo participa como jurado desse concurso há mais de 10 anos. Já provou centenas de cafés mogianos, já viu produtores iniciantes virarem lendas. Mas até hoje, nunca tinha conseguido comprar o campeão. Os preços sempre extrapolavam a realidade de uma torrefação independente como a nossa. Restava o consolo de provar e sonhar.
Mas esse ano, ele foi com um plano.

O plano do Hugo para arrematar o café campeão
Sabendo que o leilão final aconteceria durante uma festa com open bar — e que muitos dos lances viriam mais movidos a entusiasmo etílico do que a estratégia comercial — Hugo decidiu não beber. Sóbrio e atento, esperou o momento certo. E quando o campeão foi anunciado — um Gesha de 91.43 pontos, da Fazenda Terracota, em São Thomaz de Aquino (MG), vendido por R$ 25 mil os 60kg — Hugo agiu.
Sabia que quem comprou o lote tinha feito um movimento mais simbólico do que comercial: um gesto de marketing, talvez. Então se aproximou e fez uma proposta inusitada:
"Posso vender esse café no Moka Clube, e te pago com o lucro das vendas. Você já teve a glória. Deixa a gente levar o sabor ao povo."
O comprador — já mais pra lá do que pra cá — aceitou na hora. Mas esqueceu do acordo no dia seguinte. Por sorte, Hugo havia feito o mesmo “pacto” com a esposa dele, que lembrou da proposta e nos procurou dias depois. E assim, o campeão da Alta Mogiana veio parar aqui.
Sobre o café?
O campeão da Alta Mogiana: Gesha de 91.43 pontos
É um Gesha, variedade etíope, que ganhou fama mundial após encantar jurados no Panamá, nos anos 2000. Reconhecido por sua doçura, floralidade e acidez vibrante, é considerado por muitos o “champanhe do café”. No terroir mineiro, o grão encontrou um equilíbrio perfeito: na nossa torra, notas de mamão, pera e caldo de cana dançam na xícara com intensidade e suavidade ao mesmo tempo.
Esse café não é só um campeão de pontuação. É uma história. Um acaso. Um golpe de sorte e estratégia.
E, agora, uma experiência que você pode viver.
Porque mais do que comprar o melhor café da Alta Mogiana — a gente fez ele chegar até você!